quinta-feira, 6 de maio de 2010

Preconceito


Izabella Thereza Silvestre de Assis

Sabe, sempre fui muito preconceituosa... É sério, sempre me senti a juíza do mundo, acho. Bom, para começar, eu achava os gordos ridículos, tinha pavor deles, caçoava de gente careca (não na frente deles né? Não era assim também.), odiava os crentes e suas igrejas, tinha grande insatisfação com os bissexuais, eu dizia que eram pessoas mal-resolvidas ou safadas. Não gostava muito dos negros, criticava aos montes as pessoas que se relacionavam (tinham amigos ou namorados) pela internet e achava o cúmulo relação entre caras velhos e garotas novinhas...

Então deixe-me te contar o que há comigo hoje: Amo uma mulher gorda, conheci uma garota muito, muito especial para mim que é careca e crente, participo da célula da igreja dela. Sou bissexual, por enquanto. Meu padrasto é negro, tenho montes de amigas na internet (pretendo namorar uma) e me apaixonei por um cara de 52 anos a um tempo atrás (detalhe para minha idade: 17).

Sei lá, acho que isso me ajudou um tanto a quebrar esses preconceitos, a entender como é ser vítima de algum deles, ver como o preconceito é uma coisa idiota, pois conhecendo as pessoas melhor, você vê que não é nada disso, que essas pessoas (me incluo ai, ta?) podem ser tão felizes (ou até mais felizes) que as pessoas que se dizem “perfeitinhas” ou “normais”.

É difícil falar assim, pois desse modo estou julgando novamente, mas só o que eu quero dizer é que todos nós podemos ser felizes, independente de raça, cor, escolhas, sexo, namoros, amores, internet, cabelo, aparência ou classe social. O pior é que sempre defendi isso, mas nunca entendi e pratiquei realmente.

Acho que todas as pessoas do mundo deveriam passar à prova de seus preconceitos, sentir na pele ou serem quase obrigados a conviver com pessoas que achavam insignificantes, idiotas ou asquerosas (adjetivos que não cabem em seres humanos. Convenhamos!) apenas acreditando num rótulo antigo, numa capa.

Eu passei por isso e posso dizer com certeza que faz toda a diferença e é necessário para que possamos entender que o preconceito não só faz mal à pessoa atingida, mas é o grande vilão das nossas próprias vidas. Pensem nisso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário